Monumento com nome que fazia referência ao golpe de 1964 é retirado de brigada do Exército em Juiz de Fora
31/03/2025
(Foto: Reprodução) De acordo com o MPF, Brigada '31 de Março' faz referência ao dia em que as tropas saíram da cidade mineira para instaurar o golpe militar de 1964. Ação Civil Pública foi aberta em abril do ano passado. Initial plugin text
Foi retirado da entrada da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, no Bairro Mariano Procópio, em Juiz de Fora, o monumento que levava o nome "Brigada 31 de março", que faz referência à data em que as tropas saíram da cidade mineira para instaurar o golpe militar de 1964, que completa 61 anos nesta segunda-feira (31).
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Em foto tirada na manhã desta segunda-feira, é identificado que o monumento, atualmente, leva o nome de "montanha". O g1 entrou em contato com o Exército para saber quando foi feita a troca e aguarda retorno.
A retirada faz parte de um acordo entre a União e o Ministério Público Federal (MPF), que entrou com uma Ação Civil Pública, instaurada em abril de 2024, em que o MPF argumenta que o nome do local desinforma e relativiza a ditadura, o que pode favorecer a repetição.
Além disso, a expressão 'revolução democrática' também foi retirada de documentos e sites oficiais.
"O ato ilícito de homenagem e apologia ao golpe militar não é algo danoso que aconteceu no passado, mas continua ocorrendo neste momento, de forma permanente", citou o MPF.
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Pedidos do Ministério Público
Na ação, os principais pedidos do MPF são os de:
revogação de atos de homenagem;
anulação dos nomes de sites e documentos oficiais;
remoção, das dependências do Exército, do monumento onde está inscrita a data;
condenação da União a excluir a expressão 'revolução democrática' ou expressões de exaltar o golpe militar, de qualquer site ou documento oficial, para se referir ao histórico de atuação da brigada.
curso sobre o que foi o golpe militar e os direitos humanos violados;
criação de um espaço de memória, com uma placa informando que, no dia 31 de março de 1964, tropas militares partiram de Juiz de Fora, e deflagraram o golpe de Estado que interrompeu a democracia no Brasil.
Agora, o Ministério Público Federal pede à Justiça Federal que homologue o reconhecimento dos pedidos pela União e determine a reparação ao dano causado à coletividade pela desinformação propagada.
Em nota enviada em novembro de 2024, a União alegou que já oferece curso de Direitos Humanos na grade de formação, mas se opôs à criação do espaço de memória no local.
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